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ROSIL CAVALCANTI
( Brasil – Paraíba )
Rosil de Assis Cavalcanti (Macaparana, 20 de dezembro de 1915 – Campina Grande, 10 de julho de 1968) foi um ator, compositor e radialista brasileiro.
Cursou o primário e ginásio na cidade de Recife. Em 1936 entrou para o 22º Batalhão de Caçadores da 7º Região Militar na cidade de Aracaju, em Sergipe. Em 1937, licenciou-se do Batalhão de Caçadores e passou a trabalhar no Fomento Agrícola de Sergipe. Durante essa época, atuou como jogador de futebol, tornando-se tricampeão sergipano pelo Cotinguiba Sport Clube. Em 1941 foi trabalhar na Secretaria de Agricultura da Paraíba, na cidade de João Pessoa.
Desembarcou em Campina Grande no ano de 1943, acatando transferência como servidor público. Aqui desempenhou as atividades de compositor e apresentador de programas de rádio e TV, adotando o codinome de "Zé Lagoa", atuando nas Rádios Borborema, Caturité e TV Borborema.
Do auditório da Rádio Borborema, que localizava-se na Rua Cardoso Vieira, o Programa era transmitido ao vivo. Foi realizado concurso de sanfoneiro, de dançarino, de beleza, de teatro, etc.
Compôs cerca de 130 músicas, sendo algumas de memoráveis parcerias com Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, falando em parcerias, junto a Raymundo Asfora, compôs o hino extra-oficial de Campina Grande "Tropeiros da Borborema", entre suas músicas mais famosas estão "Sebastiana", "Na Base da Chinela" e "Quadro Negro".
Foi autor de todos os gêneros da música regional nordestina, como baião, xote, e côco. Pessoalmente não se achava detentor de "voz" para cantar e, portanto, nunca gravou nenhuma das suas canções.
Em 1968, no início da tarde, Rosil se sentiu mal quando descansava sob a sombra do Umbuzeiro e da Quixabeira. Em vez da música introdutória na voz vibrante de seu parceiro Café, se ouviu uma fúnebre anunciando o falecimento do poeta da caatinga, dos cariris, do Nordeste. O Nordeste parou. Campina Grande assistiu a mais profunda comoção que a atingira. Desaparecera subitamente sua síntese poética, suas alegrias e suas tristezas.
Músicas: A festa do milho - Luiz Gonzaga (1963); Amigo velho - Luiz Gonzaga (1963); Aquarela nordestina - Marinês (1958); Cabo Tenório - Jackson do Pandeiro (1954); Coco do Norte - Jackson do Pandeiro (1955); Coco social - Jackson do Pandeiro; (1954); Coisas do Norte - Marinês (1963); Cumpadre João - Jackson do Pandeiro (1958); Faz força, Zé, Luiz Gonzaga (1963); Forró do Zé Lagoa - Genival Lacerda (1962); Forró na gafieira - Jackson do Pandeiro (1959); Meu Cariri, com Dilu Melo - Ademilde Fonseca (1951); Moxotó, com José Gomes - Jackson do Pandeiro (1958); Na base da chinela, com Jackson do Pandeiro (1962); Ô véio macho - Luiz Gonzaga (1962); Os cabelos de Maria, com Jackson do Pandeiro (1960); Saudade de Campina Grande - Marinês (1958); Sebastiana - Jackson do Pandeiro (1953); Tropeiros da Borborema - Luiz Gonzaga (1980).
Biografia extraída de:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosil_Cavalcanti
Para ver a música SEBASTIANA, de ROSIL CAVALCANTI E LUIZ GONZAGA:
https://www.youtube.com/watch?v=W3yNYGfWCtA
PINTO, Yvone de Figueiredo Ferreira. Paraibanos ilustres. São Paulo, SP: Bok2 Edições, 2020. 410 p. 14 x 21 cm.
ISBN 978-85-923219-2-5 Gentileza do Rev. Hakusan Kogen
ROSIL CAVALCANTI E SUAS MÚSICAS
(Escreve Mário Teixeira, representante da "Revista do Radio")
"MEU CARIRI" e "SEBASTINA" não deram dinheiro ao seu autor, apesar do sucesso popular dessas músicas, nas vozes dos artistas Ademilde Fonseca e Jackson do Pandeiro.
Rosil Cavalcanti, modesto artista e compositor da Rádio Borborema da Campina Grande, conta-nos a história de suas músicas que até hoje não lhe deram um centavo, estando, por isso, desgostoso o folclorista paraibano.
"Não é por egoísmo, — explica-nos Rosil —em ver meu nome no cartaz fonográfico brasileiro, entretanto, acho-me com o direito de falar sobre "Meu Cariri" que fiz um dia de caçada, debaixo de um pé de umbuzeiro, batendo ritmo da coronha da espingarda. Depois fui à casa de um matuto, pedi papel e lápis, e escrevi a letra que Ademilde Fonseca colocou no disco Todamérica:
"No meu Cariri
Quando a chuva não vem,
Não fica lá ninguém.
Somente Deus ajuda,
Se não vier do Céu
Chuva que nos acuda,
Macambira morre
Chique-chique que seca
Juruti se muda.
II
Se meu Deus me der um jeito
De chover todo o ano,
Se acaba o desengano...
O meu viver lá é certo.
O meu Cariri pode-se ver de perto,
Quanta boniteza,
Pois a natureza
É um paraíso aberto.
Portanto, aí está— continuou o compositocontemporâneo — "Meu Cariri", o qual Dino Melo levou para o Rio de Janeiro e conseguiu lançar meu nome na fonografia brasileira. E eu serei eternamente grato à grande intérprete e solista da sanfona, a que dei a co-autoria de "Meu Cariri", estando no disco meu nome e o de Dilú Melo. Somente uma coisa me preocupa: meu nome se encontra no sêlo da gravação e os locutores de algumas emissoras nordestinas emitem meu nome quando anunciam minha composição. Tenho outra música gravada com Jackson do Pandeiro. Trata-se de "SEBASTIANA" que até hoje é sucesso de vendagem de disco. Essa gravação foi feita por intermédio do compositor paraibano Genival Macêdo, representante da fábrica "Copacabana" no Recife. Até o momento não recebi um centavo dos direitos autorais de minhas músicas gravadas no Rio de Janeiro. Não sei como anda isso, não sei, também, como é a inscrição nas sociedades arrecadadoras do direito autoral, e a inscrição nas sociedades arrecadadoras do direito autoral,
U.B.C. e SEBACEM, estou aguardando as instruções. (T.I.)
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Página publicada em novembro de 2022
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